O presente artigo foi escrito dia 7 de novembro de 2023, quando António Costa se resignou da posição de Primeiro-Ministro.
António Costa apresenta a sua demissão e as razões que suscitam esta decisão são as do costume: a suspeita de uma corrupção. Num país onde o Zé Povinho anda a contar tostões para sobreviver, assistimos a uma completa instabilidade política.
A história começa muito antes de o Ministério Público abrir uma investigação sobre os projetos de lítio e do hidrogénio verde, um megaempreendimento na localidade de Sines que iria diminuir a emissão de CO2. Pode não parecer o Euromilhões para o típico português, mas, na realidade, é o jackpot da União Europeia.
O suposto investimento neste negócio iria abrir portas para fundos comunitários, «em condições preferenciais e com regras menos estritas em matérias como os auxílios de Estado.» (1) Quem iria também ganhar o grande prémio seriam as empresas EDP e GALP, isto, claro, se o Ministério Público não estragasse a festa. Entre os crimes em investigação, estão a corrupção e o tráfico de influências, com o chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro e o seu consultor mais próximo como convidados, entre outros, porque o sentido de uma mão lava a outra nunca me pareceu tão real.
Os próximos capítulos têm como protagonista o «Presidente de todos os portuguese»”: Marcelo Rebelo de Sousa. Conhecido pelos seus comentários opinativos, até mesmo quando os diplomatas não lho pedem, apresenta-se com uma postura curiosamente tranquila. Sua Excelência tem duas opções: ou mantém o governo como está e o PS elege um novo Primeiro-Ministro, visto que têm maioria absoluta, ou vamos outra vez a eleições. Parece simples, porém, na realidade, o trunfo está no baralho do partido socialista, já que a dissolução do parlamento só poderá ser completada com os devidos processos eleitorais, que poderão ser tão lentos como as filas de espera do SNS. Entretanto, a restante maioria dos partidos políticos corre deslumbrada pelas supostas legislativas antecipadas, onde todos visionam e exigem uma mudança fulcral. Eu só não entendi o que é que visionam para o futuro de portugueses de bem, porque perspetivas para o presente são uma incógnita. Desta forma, aguardo que o Sr. Presidente Marcelo traga também esta resposta.
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Editado por Mafalda Vale
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