top of page

Deitaste tudo a perder

Filipa Ribeiro

Deitaste tudo a perder

E chafurdas na aspereza

Dos lençóis com que fizeste

A cama em que te deitaste

E tanto que me disseste!

Tanto tu me julgaste

Infantil; histérica;

Dramática; eufórica

Pois escrevo-te hoje

Desprovida de euforia

De toda a magia

Da identidade que desprezaste

Afinal contigo secou-se a fonte

Mas eu transbordo do que tenho e vivi

No dia em que decidiste

Deixar a mesa cuja possibilidade tu abriste

Porque te fartas

De ti próprio

Te acobardas

Achas tudo impróprio

Para ti, para seguir em frente

Continuas latente

E assim, como diria noutro poema

Enquanto eu sigo o meu lema:

«Permitam-me ser!»

Tu permaneces estanque

Condenado à estante

Do esquecimento



6 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Natural Freedom

Translated by: Bárbara Emídio I feel comfort when I remember that the garden in my backyard will continue to be a garden even after my...

Natural Liberdade

Editado por: Catarina Casal Sinto conforto quando me lembro que o jardim no meu quintal continuará a ser jardim mesmo após a minha morte...

The little turtle

Translation: Maria Moiteira The light from the outside world grows too strong to ignore. I slowly open my eyes and take in my...

Kommentare


bottom of page