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Jogos da Fome: “Amanhecer na Ceifa”

  • Khrystyna Tsupryk
  • 12 de abr.
  • 3 min de leitura

Editado por: Maria Rodrigues


 

Jogos da Fome: “Amanhecer na Ceifa”

⭐⭐⭐⭐⭐

 

“É a peça do puzzle que eu nem sabia que faltava.” - alguém na rede social Threads. Acho que a pessoa disse tudo com esta simples frase.


Estou de rastos. Acabada. Fisicamente, dói-me a cabeça, tenho a cara toda inchada e não consigo nivelar a minha respiração. Emocionalmente, nem sei por onde começar. Pensava que já não tinha mais lágrimas a perder com toda a saga de Hunger Games, mas Suzanne Collins não teve dó de ninguém com “Amanhecer na Ceifa”.


Consegui a versão online, em inglês, logo na tarde de sábado da semana em que saiu. O livro foi acabado domingo perto da meia-noite, ou melhor, foi ele que acabou comigo. 400 páginas de história, personagens novas e antigas (no spoilers!), uma montanha de emoções e um desfecho agridoce. 


Que se calem agora todos aqueles que criticaram a autora quando anunciou este livro, todos aqueles que comentavam “cash-grab”, “just another fanservice”, “leave the trilogy alone”, etc. Este é um livro crucial na saga, é a ligação entre “A Balada dos Pássaros e das Serpentes” e a eventual trilogia de “Jogos da Fome”. 


Repito, para aqueles que não estavam a prestar atenção: ESTE LIVRO É ESSENCIAL de ler a todo e qualquer um que se intitule fã deste magnífico universo. Suzanne é uma escritora genial (não digo mais, não posso dar spoilers, sorry!).


Com a estrutura usual da trilogia e de “A Balada dos Pássaros e das Serpentes”, mas obviamente com personagens muito mais perto d0o nosso coração, o livro retrata os quinquagésimos jogos da fome, escrito em primeira pessoa com o olhar e pensamentos do mentor constantemente bêbado de Katniss e Peeta - Haymich Abernathy, que, com 16 anos, venceu estes jogos. 


24 anos antes de Katniss se voluntariar para os jogos, Haymich era diferente. O Distrito 12 era um espaço diferente. O Capitólio era diferente. Os jogos eram diferentes. O que se mantinha igual era a propaganda, a razão e o tema central que a autora resolveu explorar no livro.


Em Sunrise on the Reaping (título original), Suzanne Collins explora o tema da propaganda ao mostrar como o Capitólio manipula a informação para manter o seu domínio sobre Panem. Através da história de Haymitch, Collins evidencia as táticas do regime para controlar a perceção pública e justificar os Jogos da Fome. O livro destaca a forma como o Capitólio reescreve eventos e usa os meios de comunicação para distorcer a realidade, transformando a violência em entretenimento e silenciando a dissidência.


Esta abordagem sublinha a importância da literacia mediática e a necessidade de questionar narrativas impostas pelas autoridades. Hoje, na era onde a pós-verdade domina mais que nunca. 


Nunca foi tão urgente perceber que as coisas não são boas ou más, pretas ou brancas, saudáveis ou venenosas. Somos todos pássaros e serpentes em determinados momentos da vida. Há melhor momento para aceitar isso do que na faculdade, durante a formação do nosso córtex frontal?


Se este for o último livro da saga lançado, por mim, tudo bem. Muitas histórias foram explicadas e muitas resoluções fornecidas. Caso a autora lance mais, será uma (espero que boa, pois até agora nunca desiludiu) surpresa.


Deixo-vos com um pequeno spoiler. Foi aqui que finalmente percebi que iria embarcar numa aventura que eventualmente me deixaria de coração partido em mil pedaços e um vazio inconsolável na alma, acompanhados pela melodia de “Hanging Tree”, enquanto irei vaguear pelos corredores da FLUL, provavelmente preocupada com os testes e trabalhos.

 

I’m not a drinker myself …”- Haymich Abernathy, de 16 anos, logo nas primeiras páginas do Capítulo 1 de “Amanhecer na Ceifa”.




Nota: o livro em Português encontra-se na época de pré-venda, com lançamento datado para 16 de Abril de 2025. Boas leituras.



 
 
 

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