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Quem ama não agride

  • Foto do escritor: Jornal O Cola
    Jornal O Cola
  • 25 de fev. de 2023
  • 2 min de leitura

No Dia dos Namorados, a AEFLUL aproveitou a comemoração para discutir assuntos sérios. Todes es estudantes foram convidades a estarem presentes numa palestra realizada pelo Movimento Democrático de Mulheres (MDM). Esta organização sem fins lucrativos e independente do Estado tem como prioridade a luta pela igualdade de género, caminhando de mão dada com es portugueses na esperança de construir uma sociedade onde haja justiça social. O MDM, sendo uma estrutura de âmbito nacional, tem um papel reivindicativo e fulcral em educar todas as camadas da população sobre este tema.


O tema abordado pela oradora Tânia Mateus, a dirigente nacional do MDM, foi a violência no namoro. A sessão abriu com recurso à plataforma Mentimeter, através da qual es alunes iniciaram uma reflexão sobre questões do seu quotidiano. As perguntas feitas à partida estavam relacionadas com o controlo que es estudantes possuíam sob e parceire, se estes tinham o hábito de ler as mensagens, comentar o vestuário ou até mesmo dizer algo acerca das saídas com amigues. Esta ferramenta foi usada com o intuito de perceber se a plateia conseguia identificar comportamentos tóxicos no seu dia a dia. O debate revelou uma normalização social e cultural deste tipo de condutas nos media, na indústria cinematográfica e musical. Há uma construção da ideia de que o amor é obsessão e erotização, em que a mulher deve esquecer a sua identidade para satisfazer as vontades do parceiro. É pintado um retrato que revela uma romantização do abuso num mundo em que cada vez mais são mais comuns os relacionamentos tóxicos.

A perspetiva apresentada é a de que a discriminação é um ato de agressão que é coercivo dentro do patriarcado, que, por sua vez, é definido pela atribuição de cargos de poder a homens que não se inserem nas minorias. Isto remete a uma fraca representação do espectro que é a sociedade e propicia estereótipos como a narrativa de que as mulheres são biologicamente cuidadoras e devem, por isso, dedicar-se a um certo tipo de trabalhos. O género não define o papel que temos na sociedade, essa escolha é feita individualmente enquanto ser humano que somos. Outra adversidade identificada é que necessidades básicas como a habitação e o trabalho não são supridas, o que leva a uma carência emocional, uma vez que o afeto e empatia são secundarizados. A oradora explicou também que a violência não ocorre exclusivamente nas relações de intimidade, dando o exemplo da falta de condições em que pessoas com deficiência vivem, identificando-o como um problema estrutural.


A última reflexão feita foi a de que, embora haja uma dificuldade em quebrar estes ciclos de violência, são essenciais ações de sensibilização. Este tipo de iniciativa por parte da Associação de Estudantes é fulcral para que es alunes possam participar nesta conversa atual e alterar mentalidades que compactuam com a desigualdade social.


Autoria de: Mariana Raminhos

Editado por: Matilde Mala



 
 
 

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