Pássaro, ele chamou-me, então eu voei para os seus braços.
Borboleta, ele chamou-me, então eu colori a sua vida.
Girassol, ele chamou-me, então eu segui a sua luz.
Tempestade, ele chamou-me, então eu entrei no saco.*
Incêndio, ele chamou-me, então eu aqueci-o.
Mar, ele chamou-me, então eu seduzi os ventos.**
Pássaro, ele chamou-me, e depois prendeu-me numa gaiola.
Borboleta, ele chamou-me, e depois emoldurou-me na sua parede.
Girassol, ele chamou-me, e depois escondeu-se por trás das nuvens.
Tempestade, ele chamou-me, e depois procurou controlá-la.
Incêndio, ele chamou-me, e depois afogou-me nas minhas chamas.
Mar, ele chamou-me, e depois envenenou as minhas águas.
Tudo o que ele oferecia, ele tirava, e muito mais.
No entanto, ao cair da noite, olhei-o nos olhos e confessei-lhe o meu amor.
*Referência à Odisseia de Homero, onde Éolo dá a Odisseu um saco onde os ventos desfavoráveis estão confinados.
**Referência a Os Lusíadas de Luís de Camões, quando as ninfas seduzem os ventos a pedido de Afrodite, numa tentativa de acalmar a tempestade para que os marinheiros lusos possam chegar ao seu destino.
Comentários