Quando me libertei do meu passado, senti-me perdida.
Não no mundo, mas em mim mesma.
Como se a minha alma não me pertencesse e não encaixasse no meu Eu.
Atrás de mim, um filme a preto e branco:
Os pássaros não cantavam e o sol não brilhava.
As nuvens choravam e o céu desabava.
À minha frente, um mundo em rotura.
Dor, mágoa e agonia.
Sentimentos profundos, dos que sufocam.
Intensos ao ponto de não permitirem que seguisse caminho.
Cicatrizes abertas impediam cada passo.
Decidi deixar-me ir com a brisa
E o vento levou-me para dentro do teu abraço.
E que lugar tão bonito.
(Re)Encontrei-me ao encontrar-te.
É em ti que me sinto segura
E um aperto invade-me o coração cada vez que nos largamos.
Porque és a minha âncora, a minha onda de paz.
Transbordas amor e trazes aos ombros o dom de tornar os dias cinzentos em bonitas tardes de outono.
E assim, sem querer,
A alma que em tempos me pertenceu,
Entregou-se completamente a ti.
Ao teu calor. Ao teu amor.
Nunca te disse, mas o teu abraço é o meu sítio preferido.
Salvou-me do abismo e curou-me do medo e da solidão.
E sou tão feliz enroscada nos teus braços.
Por Bruna Ribeiro
Editado por Matilde Mala
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