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Abraços que curam

Foto do escritor: Jornal O ColaJornal O Cola

Quando me libertei do meu passado, senti-me perdida.

Não no mundo, mas em mim mesma.

Como se a minha alma não me pertencesse e não encaixasse no meu Eu.

Atrás de mim, um filme a preto e branco:

Os pássaros não cantavam e o sol não brilhava.

As nuvens choravam e o céu desabava.

À minha frente, um mundo em rotura.

Dor, mágoa e agonia.

Sentimentos profundos, dos que sufocam.

Intensos ao ponto de não permitirem que seguisse caminho.

Cicatrizes abertas impediam cada passo.

Decidi deixar-me ir com a brisa

E o vento levou-me para dentro do teu abraço.

E que lugar tão bonito.

(Re)Encontrei-me ao encontrar-te.

É em ti que me sinto segura

E um aperto invade-me o coração cada vez que nos largamos.

Porque és a minha âncora, a minha onda de paz.

Transbordas amor e trazes aos ombros o dom de tornar os dias cinzentos em bonitas tardes de outono.

E assim, sem querer,

A alma que em tempos me pertenceu,

Entregou-se completamente a ti.

Ao teu calor. Ao teu amor.

Nunca te disse, mas o teu abraço é o meu sítio preferido.

Salvou-me do abismo e curou-me do medo e da solidão.

E sou tão feliz enroscada nos teus braços.


Por Bruna Ribeiro

Editado por Matilde Mala

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